sábado, 13 de agosto de 2011

Livro "Geografias Cariocas"


Em maio, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro lançou o livro "Geografias Cariocas", da escritora Luciana Sandroni, voltado para o público infanto-juvenil. Tive acesso ao livro, que traça um roteiro dos pontos turísticos da cidade do Rio de Janeiro e é realmente bastante interessante.

No entanto, mais uma vez, constato que o bairro do Caju com seus cemitérios e o Museu da Casa de Banho foi esquecido, embora o livro tenha um capítulo inteiro sobre a Zona Portuária.

Me pergunto quais motivos levam a esse "esquecimento" do bairro, e a resposta que me vem, a grosso modo, é que lá estão escondidas realidades que a sociedade não faz a menor questão de lembrar que existem: morte, lixo, doença e miséria.
Mas no bairro não existe apenas ISTO, e além do mais, até ISTO pode e deve ser visto com outros olhos.
O lixo se transforma em filme se visto de outro modo, vide o documentário Lixo Extraordinário, e o Museu da Limpeza Urbana - Casa de Banho de D. João VI é um espaço muito interessante para ser visitado por moradores da Cidade Maravilhosa e por turistas.
Cemitério pode ser ponto turístico! Quem foi a Buenos Aires e não visitou o Cemitério da Recoleta?


Tudo é uma questão de como direcionamos nosso olhar!

"Se podes olhar, vê.
Se podes ver, repara."
(Saramago)

De qualquer forma o livro é bastante interessante e pode ser um valioso instrumento de trabalho, diversão e conhecimento para professores e alunos.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Dia da Favela


O Dia da Favela 4 de novembro foi instituído no município do Rio de Janeiro pela Lei Municipal nº 4383/06 e revogada pela Lei Ordinária nº5146 que "Dispõe sobre a consolidação municipal referente a eventos, datas comemorativas e feriados da Cidade do Rio de Janeiro e institui o Calendário Oficial de Eventos e Datas Comemorativas da Cida
de do Rio de Janeiro".

Uma sugestão pra quem está interessado em pensar um pouco mais sobre as questões ligadas a essa temática é o livro de Adrelino Campos. Excelente leitura!



DO QUILOMBO A FAVELA - A PRODUÇAO DO ESPAÇO

CRIMINALIZADO NO RIO DE JANEIRO

Autor: CAMPOS, ANDRELINO

Editora: BERTRAND BRASIL

Assunto: GEOGRAFIA


De Balneário Real a um dos mais baixos IDHs do município

Por Samantha Lobo

O bairro do Caju, localizado na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro, é conhecido por abrigar a segunda maior área de enterramento das Américas e a maior da América Latina – que é composta por quatro cemitérios e um crematório- que juntos ocupam um terço da área do bairro. No entanto, o bairro do Caju tem uma importância histórica muito maior e que é pouco conhecida até mesmo por seus moradores. De Antiga Fazenda Real de São Cristóvão e local de veraneio da elite da época aos dias atuais, a história do bairro é marcada por diversas transformações em função do status social que o bairro passa a ocupar com a expansão da cidade para a Zona Sul, quando até mesmo o Campo Santo do Caju perde sua posição de destaque e as famílias mais abastadas optam pelos sepultamentos no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

As comunidades que vão surgindo, a instalação de hospital para tratamento de doenças infecto-contagiosas, o “lixão” e os estaleiros acabam por retirar do bairro seu caráter residencial e transformá-lo em bairro pouco valorizado para moradia e lazer. Com a desvalorização do bairro surgem os primeiros barracos construídos por pescadores portugueses e espanhóis em sua maioria.

Mesmo com a revitalização da Zona Portuária, ocorrida nos últimos anos, o bairro do Caju não foi beneficiado pelas ações desenvolvidas. Muitas publicações, projetos, obras e atividades culturais foram desenvolvidas nos demais bairros da Zona Portuária: Gamboa, Santo Cristo e Saúde, sem que o bairro do Caju fosse incluído.

No bairro existem 5 escolas municipais, 6 creches municipais e 2 escolas estaduais. No entanto, apresenta um dos mais baixos Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município tendo elevadas taxas de analfabetismo, baixa escolaridade e desemprego. Segundo pesquisa realizada em outubro de 2002 pelo Sistema FIRJAN a população do bairro era de 24.544 pessoas em 7.066 domicílios.

Assim como nas demais comunidades de baixa renda a população é composta na sua maioria por jovens e a taxa de analfabetismo para maiores de 15 anos é de 13,6% de acordo com a mesma pesquisa. Sendo esse número bastante elevado mesmo em relação a outras comunidades do município.



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma Avenida Chamada Brasil

O documentário "Uma Avenida Chamada Brasil" está disponível em http://www.cineconhecimento.com/2010/10/uma-avenida-chamada-brasil/

Crônica sobre a avenida que dá acesso ao Rio de Janeiro, passando por diversas favelas e bairros operários. Assaltos e a violência dos esquadrões são alguns dos fatos capturados por uma câmera que rodou pela Avenida Brasil ao longo de 6 meses. ”Um filme violento contra a violência” era uma das chamadas no pôster oficial.

Ficha técnica
Direção: Octávio Bezerra
Lançamento: 1989
Duração: 85 min
Cor: Colorido
Formato:RMVB
Tamanho: 359Mb
Legenda: S/L